terça-feira, 24 de setembro de 2013

UFC 165 Jones X Gustaffson - Comentários

OK. Disse que ontem voltaria e comentaria o evento de sábado passado, mas me foi impossível. Na verdade está sendo bem complicado para manter o blog atualizado. Tem faltado tempo e, como escrevo sozinho, não consigo publicar todos os dias da semana, como antes.

Mas, vamos ao que interessa. Apontei aqui 6 resultados para as lutas de sábado e acertei 5. Ótimo aproveitamento. Agora, em relação à maneira como os resultados se dariam, consegui a proeza de errar todos. Outra falha minha foi em relação à presença de outro brasileiro que acabei esquecendo: Michel Prazeres, o Michel Trator, que fez bonito e derrotou Jesse Ronson em decisão dividida.

Na 4ª luta da noite, marquei vitória de Renee Forte sobre John Makdessi. No fundo achava que Makdessi iria ganhar, mas mesmo assim apostei em Renee Forte, que foi nocauteado humilhantemente no 1º round.

No 7º duelo da noite, o estreante Wilson Reis venceu o perigoso Ivan Menjivar por decisão unânime. Estreou bem Wilson Reis.

Já no card principal, acertei meus palpites nas vitórias de Khabib Nurmagomedov sobre Pat Healy e na vitória de Brandan Schaub sobre Matt Mitrione. 

Nurmagomedov, apesar da vitória, vem se apresentando não muito bem. Suas lutas anteriores foram ótimas. As duas últimas, chatas e burocráticas. Venceu seu oponente, mais uma vez, nos pontos.

No confronto dos pesados, vitória de Schaub por finalização. Outra luta meio fraca de 2 lutadores fracos. Sem maiores comentários. Qualquer um dos dois poderia ter ganho, mas Schaub, que é um pouquinho melhor que Mitrione, levou a melhor. Aplicou um estrangulamento com um triângulo de mão invertido ainda no 1º round.

O que interessava mesmo eram as 2 últimas lutas da noite, ambas com defesa de título.

O brasileiro, campeão interino dos galos, Renan Barão, enfrentou Eddie Wineland. Wineland não é moleza. É ótimo striker e luta muito duro, conseguindo equilibrar as ações no 1º round. Acontece que Renan Barão está sobrando em sua categoria. Voltou para o 2º round e logo liquidou a fatura. Aplicou um chute rodado em Wineland que o fez despencar. Barão não perdeu tempo. Partiu para cima de Wineland atordoado no chão e o nocauteou deitado. Espetacular.

Renan Barão e o chute que derrubou Eddie Wineland


Agora Renan Barão espera para ver se o campeão afastado há 2 anos por lesão, Dominick Cruz, dá o ar de sua graça e aparece para lutar. O patrão Dana White já avisou que vai marcar um confronto entre os 2 para o começo do ano que vem. Se Cruz ainda estiver machucado, perde o cinturão definitivo para Barão. Na minha opinião, se ele lutar contra Barão vai perder de qualquer maneira.

Na última e mais importante luta da noite, o campeão dos meio-pesados Jon "Bones" Jones enfretou o sueco Alexander Gustaffson em luta que valia o título. Todo mundo já sabe o resultado, então não vou descrever a luta em si, mas sim fazer alguns apartes em relação ao que aconteceu.
 
Escrevi aqui que entendia que Jon Jones venceria Gustaffson por finalização e que a única alternativa do sueco seria fazer o que ninguém teve coragem de fazer. Chegar perto e bater em Jon Jones. Para surpresa de muitos, inclusive eu, foi exatamente isso que ele fez. Com uma ótima defesa de quedas, conseguiu impor o maior sufoco da carreira de Jon Jones até agora. Além disso, Gustafsson fez outra coisa que até hoje ninguém havia conseguido: aplicar uma queda no campeão. E logo no 1º round. Gustaffson acertou bem Jon Jones no rosto, chegando a tirar bastante sangue dele, provando que seu jogo em pé foi muito efetivo. 

Gustaffson (esq.) tenta se desvincilhar de Jones


Então, o que faltou para a vitória de Gustaffson? Faltou feijão. Isso mesmo. Pegando emprestada uma expressão comum para evidenciar que faltou força. Se Gustaffson batesse com mais força, teria nocauteado Jon Jones. Vamos dar um exemplo. Se Gustaffson tivesse a força do Shogun, teria sido o vencedor sem passar pelos juízes. Os juízes erraram? Roubaram para o americano? Na minha opinião, não. Quando a decisão vai para os jurados e o combate é parelho, tudo pode acontecer. Gustaffson ganhou claramente o 1º e 3º rounds. Jon Jones venceu o 2º e 5º. O X da questão foi justaente o 4º round, que estava sendo vencido por Gustaffson, até aquela cotovelada de Jon Jones que o desequilibrou. Isso definiu o combate.

Mas, muito mais que o resultado em si, o que fica são algumas impressões. 

- A 1ª, é que ficou claro que Jon Jones não é uma máquina invencível. Mostrou fragilidades e pontos fracos que até então não haviam aparecido. Façam um comparativo com o Anderson. Apesar de ter perdido de maneira ridícula para Weidman e da 1ª luta contra Sonnen, nunca ninguém fez contra ele o que Gustaffson fez com Jones.

- Então esse Gustaffson é o melhor e o único que pode derrotar Jon Jones? Claro que não. Lembrem-se da luta dele contra o Shogun. Lutou com um Shogun fora de forma e que ficou parado o tempo todo e mesmo assim só ganhou por pontos. Isso quer dizer que ele não tem tanto poder de nocaute. Se tivesse, teria derrubado Jones na porrada. Dá para dizer que Alexander Gustaffson ganharia fácil de Lyoto Machida? Em hipótese alguma. Acho que Machida ganharia dele.

- E Jon Jones? Sem as quedas e cotoveladas não sobra muita coisa, certo?

- Quem é o próximo da fila? Teoricamente seria o brasileiro Glover Teixeira, mas tem toda pinta de que ele será preterido em favor de uma revanche entre Jones e Gustaffson. 

Vamos aguardar os desdobramentos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário