segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Rock in Rio 2013 - 1ª Parte

Bem, como falei anteriormente, caso houvesse algo de interessante nessa 1ª parte do Rock in Rio, voltaria e comentaria a respeito. Para dizer a verdade, dei uma olhada geral e minha opinião não mudou. O line-up é, no geral, péssimo. Mas, se prestarmos atenção e tivermos a mente aberta, quase sempre conseguiremos tirar algo de positivo. Dos 3 dias até agora do festival e considerando apenas os palcos Mundo e Sunset, consegui extrair o seguinte: 

- 1º Dia, 13/09. Como já era de se prever, Rock in Rio com Beyoncé como nome principal do dia não dá. Aqui nem é questão de se gostar ou não de rock, mas sim de música. Ivete Sangalo e Beyoncé não fazem música, apenas conseguem produzir alguns sons e ruídos desagradáveis ao ouvido humano. Mas, como tudo tem (ás vezes) um lado bom, o Living Colour salvou o dia para quem realmente gosta de música. Os caras estão na ativa desde 1984 e tocam muito, fazendo um som bem característico, misturando hard rock com influencias de Soul, Rythm and Blues e Funk (o verdadeiro e não esse lixo do Rio de Janeiro que nem funk é, mas sim um sub-rítmo chamado Miami Bass Sound), além de tocarem demais. Confira aqui 2 bons momentos no Rock in Rio 2003 com Cult of Personality e Middle Man.

- 2º Dia, 14/09. Suposto dia com rock de verdade. Quem acreditou na promessa entrou pelo cano. Começou com o onipresente Capital Inicial e logo após veio a bandinha adolescente 30 Seconds to Mars, liderada pelo ator medíocre Jared Leto. Nem dá para considerar esses caras, que só enganam meninas de até 16 anos de idade. Para tirar um pouco do foco de seu som porcaria, os caras fizeram uma série de estripulias no palco, com direito a tirolesa, performances circenses e a indefectível camisa da seleção brasileira. 

Na sequência, finalmente algo que vale um comentário. Era a vez da banda Florence and The Machine, liderada por Florence Welch. Posso dizer que Florence and the Machine faz um som bem interessante. Um pop/rock/alternativo/indie realmente agradável. A vocalista Florence Welch canta muito bem e é talentosa. É perceptível suas influências em nomes como Patti Smith e Debbie Harry. Achei também, em alguns momentos, certa semelhança com artistas mais antigos, dos anos 60. Em certas músicas me lembrou (com ressalvas) o estilo vocal de Grace Slick com uma sonoridade que me fez referências sutis ao Fairport Convention e sua ótima vocalista Sandy Denny. Talvez eu esteja exagerando, mas algo nela me deu uma sensação de "já ouvi isso antes." Quem entender mais do assunto, dá uma olhada na apresentação do Florence com Only If For a Night e Cosmic Love e me diga se estou falando muita besteira.

A noite foi fechada com a banda Muse. Nunca tinha ouvido falar e provavelmente nunca comprarei um disco dos caras, mas o fato é que foi um bom show, apesar do playback em certos momentos. Os caras fazem um som bem interessante e de qualidade. Diria que é uma fusão de progressivo com glam e eletrônica, fortemente influenciada pelo Radiohead e Smashing Pumpkins. Não vou dizer que 100% das músicas apresentadas foram excelentes, mas certamente os caras mostraram ótimos momentos e bem convincentes. O destaque é para o guitarrista/vocalista Matthew Bellamy, que canta bem e se vira com habilidade na guitarra. O fato dos caras terem tido sua músicas como trilha dos filmes da saga infantilóide Crepúsculo não diminui em nada suas qualidades. Confirme o que digo em Supermassive Black Hole e Knights of Cydonia

- 3º Dia, 15/09. Mais do mesmo do 1º dia. Atração principal Justin Timberlake? É brincadeira. No palco Mundo só vergonheira. O que salvou o dia foi a brilhante apresentação do mestre George Benson com Ivan Lins. Essa é só para quem gosta de Jazz e MPB mesmo. Rock aqui, nem pensar. Confiram mais de meia-hora da apresentação dos caras aqui.

O Rock in Rio 2013 recomeça na próxima quinta-feira 19/09 e promete melhorar as coisas para quem acha que em um evento que tem o termo rock no nome tem que ter rock no palco também. 
   

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