terça-feira, 26 de março de 2013

Discoteca Básica de Rock Volume XII

Continuando a Discoteca Básica, 5 discos de artistas solo:


George Harrison - All Things Must Pass (1970)

Tratado muitas vezes apenas como o "outro" guitarrista dos Beatles ou o Beatle "quieto", George Harrison não poderia ser mais injustiçado. Com certeza ele não teve o mesmo volume de composições de Lennon e McCartney, mas se você escutar os discos dos Beatles e prestar a atenção às musicas de Harrison que aparecem neles, vai perceber que todas são boas. Algumas das melhores músicas deles são, inclusive de Geroge Harrison, como While My Guitar Gently Weeps, Something e Here Comes the Sun.

All Things Must Pass é o 3º disco da carreira solo de George Harrison e o 1º depois dos Beatles. É certamente seu melhor trabalho solo. Um disco extremamente ambicioso, lançado como um álbum triplo em vinil e, mais tarde, em CD duplo. O disco tem alguns dos maiores clássicos de Harrison, sendo produzido por Phil Spector e gravado com a participação de nomes de peso do rock, como Eric Clapton e o baterista Jim Goordon, ex-Traffic e Derek and the Dominos.Um disco obrigatório.



Van Morrison - Moondance (1970)

Van Morrison começou sua carreira musical a frente da banda irlandesa Them. O Them era uma banda de Rhythm and Blues barulhenta e Morrison cantava e ainda canta muito. No meio dos anos 60, foi parte importante da British Invasion, emplacando sucessos como Baby Please Don't GoGloriaHere Comes the Night. Morrison deixou o Them em 66 e seguiu uma carreira solo muito consistente. Com sua saída do Them, ele foi auxiliado pelo antigo produtor da banda, Bert Berns, a lançar sua carreira solo. A parceria com Berns rendeu apenas o disco, Blowin' Your Mind, já que Berns foi vítima de um ataque cardíaco fatal. A partir daí Morrison começa seu período mais criativo, lançando em sequência seus 2 melhores discos, Astral Weeks em 68 e Moondance em 70. Van Morrison prosseguiu lançando discos durante toda sua carreira. Seu último trabalho foi Born to Sing: No Plan B, de 2012.

Apesar de Astral Weeks ser considerado sua obra-prima, prefiro Moondance, e é por isso que o escolhi, embora pudesse ter escolhido Astral Weeks sem problemas, pois o nível de ambos é altíssimo. Acredito que Van Morrison não seja dos artistas mais conhecidos aqui no Brasil, mas sua qualidade é inquestionável. Monndance é um disco muito sólido, leve, nostálgico, com toques de soul e jazz. É um deleite. Boa música para quem aprecia.

Músicas-chave: And it Stoned Me, Moondance e Caravan.


Paul McCartney - Band on the Run (1973)

Paul McCartney dispensa apresentações. O baixista, compositor e vocalista dos Beatles foi sem dúvida quem teve a careira solo de maior sucesso depois do final da banda em 1970.

Bando on the Run, é o 6º disco solo lançado por McCartney e o 5º depois de sua saída dos Beatles (ele havia lançado The Family Way em 67). Esse trabalho bem como todos entre 71 e 81 foi feito com sua banda de apoio Wings, que a princípio era para acompanhá-lo em turnês, mas manteve-se com ele e teve algumas formações ao longo de 10 anos. Esse disco também foi seu disco que recebeu melhores críticas, chegando ao topo dos charts britânico e americano, onde ficou por 4 semanas. Depois de Band on the Run, um disco de Paul só voltaria a receber críticas tão boas com Tug of War, de 82. Alguns de seus maiores sucessos solo são daqui. É um disco muito bem feito e consistente, atingindo, depois dos Beatles, é claro, seu auge musical.

Músicas-chave: Band on the RunJetLet Me Roll It.


Neil Young - Zuma (1975)

Depois de aparentemente ter exorcisado seus demônios interiores com o catártico Tonight's the Night, Neil Young retornou à sua forma comercial com o excelente Zuma. O nome é em referência à Zuma Beach, na Califórnia, onde Young havia comprado recentemente uma casa. Para mim é muito difícil escolher entre tantos, um disco dele. Já havia falado aqui de sua obra-prima, Harvest, e hoje retorno com outro de meus favoritos. É um disco recheado de grandes composições, inclusive minha favorita de Neil Young, Cortez the Killer, que faz um retrato não muito lisonjeiro do conquistador espanhol Hernan Cortez(s), que é considerado por alguns como um genocida (não é bem assim, mas o assunto aqui é música e não história). A música Cortez the Killer ficou durante anos proibida de ser executada na Espanha, por conta de seu conteúdo acusador a Cortez(s).



Bruce Springsteen -  The River (1980)

Se você acha que Bruce Springsteen é apenas Born in the U.S.A. e Streets of Philadelphia, pense novamente. Em atividade desde o final dos 60, ainda adolescente, Springsteen lançou seu 1º disco em 1973, claramente inspirado na sonoridade folk de Bob Dylan. É desse disco, Greetings From Asbury Park, N.J. a ótima Growing Up, que foi gravada por David Bowie em Pin Ups. Em 75 Springsteen lança o clássico Born to Run, continuando sua evolução que atingiria a maturidade em The River, de 1980.

The River é um sensacional disco duplo desse grande artista americano. Os temas recorrentes de suas músicas são a desilusão e os conflitos familiares vivenciados pela classe operária americana. Não se trata de propaganda ou ideologia, apenas o ponto de vista de Springsteen sendo apresentado claramente, porém sem emitir julgamentos, ao contrário do que ocorreu em seu trabalho anterior, Darkness on the Edge of Town. Ótimo ponto de partida para quem quiser conhecer melhor a bela obra Bruce Springsteen, antes de se tornar um astro pop nos anos 80.


Nenhum comentário:

Postar um comentário