terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Discoteca Básica de Rock Volume VI



Prosseguindo com a discoteca básica, trago hoje 5 discos de bandas não muito conhecidas do grande público, mas que são muito bons e interessantes para diversificar e aprimorar o gosto dentro dos mais variados gêneros de Rock.

Os 5 de hoje são:

T-Rex – Electric Warrior (1971)

Liderado pelo carismático e criativo guitarrista/vocalista Marc Bolan, o T-Rex começou como uma banda direcionada para o folk-rock e se chamava Tyrannosaurus Rex. Quando mudou de nome, a banda também mudou radicalmente de direção musical, se tornando uma das primeiras referências do chamado Glam Rock. Enquanto outros nomes estavam fazendo álbuns mais elaborados e experimentais, Marc Bolan sempre manteve a ideia de fazer músicas de 3 minutos, orientadas ao pop. No começo dos anos 70 ele se tornou um ícone no Reino Unido, fazendo com que o T-Rex conseguisse emplacar vários Top 10 hits, além de 4 singles no lugar mais alto das paradas. Nos EUA não obtiveram o mesmo sucesso, alcançando apenas um hit no Top 10 daquele país.

A popularidade do T-Rex se manteve até 1977, quando Marc Bolan morreu. De astro do rock, emergiu como ícone Cult, provando que o T-Rex ainda é bem influente na cena rocker até hoje.

Escolhi Electric Warrior, que é o 2º disco dos caras, porque é um disco sensacional e foi o 1º deles que comprei. Me lembro de estar em uma loja escolhendo uns CDs e esse estava tocando no som da loja. Na época era bem mais novo e nem conhecia direito o T-Rex. Ouvindo ali na loja imediatamente me chamou a atenção e perguntei ao vendedor do que se tratava. Comprei na hora. É um disco praticamente perfeito. Apenas a última faixa não está no mesmo nível das demais.

Compre e ouça sem parar.

Grand Funk Railroad – On Time (1969)

Entre 1969 e 1973 essa grande banda americana lançou 7 discos de estúdio que podem ser considerados como estando todos no mesmo nível. Liderados pelo guitarrista e vocalista Mark Farner, o Grand Funk Railroad, apesar do nome, era basicamente uma banda de hard rock, e não tinha nada a ver com Funk (o verdadeiro, não aquela porcaria do Rio - que nem funk de verdade é e sim um lixo chamado Miami Bass Sound -  que se alastrou pelo país inteiro como uma praga). Apesar de algumas de suas composições terem uma leve levada funkeada, sua orientação era blues-rock pesado.

On Time é mais um dos grandes discos de estreia da história do rock. Aqui está tudo o que você precisa saber e ouvir para entender o som dos caras. Seu som é simples e poderoso. Sem frescura nem palhaçada. Todos os músicos tocam muito e Mark Farner arrebenta com seu vocal poderoso. Alguns críticos dizem que as letras de determinadas músicas desse trabalho são um pouco simplórias (algo que seria corrigido em seus trabalhos subsequentes), mas se isso é verdade ou não, não desmerece em nada esse ótimo e altamente recomendável disco.

Mais um daqueles para ser ouvido bem alto.

Músicas-chave: Are You Ready, Anybody's Answer, e Heartbreaker



UFO – Phenomenon (1974)

Outro grupo muito bom e não muito conhecido pela maioria dos brasileiros, o UFO é uma banda orientada para o hard rock. Seu nome foi tirado do club underground londrino de mesmo nome. Seu disco Flying alcançou grande sucesso no Japão, França e Alemanha, mas passou totalmente despercebido em seu próprio país natal.

O disco que escolhi para falar dos caras é o 3º, sendo o primeiro que comprei e o melhor em minha opinião. Aqui, o guitarrista original Mick Bolton foi substituído, após deixar a banda por Michael Schenker, irmão e ex-companheiro de banda de Rudolf Schenker, guitarrista da banda alemã Scorpions. Isso fez toda a diferença, pois apesar de Schenker ser um dos guitarristas mais subestimados que já vi, ele é excepcional e trouxe peso e qualidade importantes que seriam marcas registradas nos futuros trabalhos do UFO. Sempre considerei esse disco muito bom. As músicas são praticamente todas boas e a qualidade que Michael Schenker trouxe foi inestimável. Seus solos são simplesmente fantásticos e estão entre os melhores que já ouvi.

Disco obrigatório.

Músicas-chave: Doctor DoctorSpace ChildRock Bottom.


Roxy Music – Stranded (1973)

Contando com integrantes extremamente talentosos como Bryan Ferry, Andy Mackay, Bryan Eno e Phil Manzanera, o Roxy Music evoluiu dentro movimento art-rock do final dos anos 60, mantendo enorme distância de seus contemporâneos devido ao seu fascínio por pop-arte, fashion, avant-garde, glamour e cinema. Tudo isso tendo como liderança duas personalidades antagônicas como Bryan Eno e Bryan Ferry. Enquanto Ferry era mais orientado para o soul americano e claramente influenciado por Beatles, Eno estava mais interessado no experimentalismo amador típico do Velvet Underground. Essa formatação durou apenas 2 discos, mas foi suficiente para influenciar uma legião de nomes que foram desde o Glam dos 70 até o New Wave dos 80.

Stranded é 3º trabalho do Roxy Music e o primeiro sem Eno. Dá para perceber nitidamente que o grau de experimentalismo diminuiu, porém a banda nunca deixou de se aventurar. Aqui a banda, se deixou de lado um pouco do experimentalismo que era característico, adota outra sonoridade, recheada de belas linhas de piano e guitarras pesadas. O Roxy Music lançou 5 discos excelentes em sequência. Muito difícil selecionar um deles. Escolhi Stramded meramente por gosto pessoal. É um disco muito interessante e cheio de variações e alternativas, chegando perto do progressivo uma hora ou outra. Recomendo fortemente a quem esteja começando ou se interessando em ter uma coleção de rock, que tenha pelo menos 1 do Roxy Music.

Thin Lizzy – Vagabonds of the Western World (1973)

Resolvi colocar um disco do Thin Lizzy aqui, pois apesar de ser uma grande banda que sempre contou com ótimos músicos, é até hoje uma das mais depreciadas e subestimadas dentre as consideradas grandes do panteão dos anos 70. Inicialmente um trio, comandado pelo vocalista/compositor/baixista irlandês Phil Lynott (mãe irlandesa e pai brasileiro), o Thin Lizzy se tornou uma influência e foi largamente copiado quando passou a ser um quarteto com a incorporação de um ataque duplo de guitarras formado por Brian Robertson e Scott Gorham. Com essa fórmula de sucesso eles lançariam alguns ótimos discos ainda nos anos 70 e até a morte prematura de Phil Lynott aos 35 anos, devido ao seu problema crônico de abuso de heroína, cocaína e álcool.

Mesmo sendo o período com 2 guitarras o mais conhecido e até mesmo apreciado pela maioria dos fãs, escolhi um disco da primeira formação, em trio, pois aqui, com esse disco, o grupo atingiu a maturidade que desencadearia os demais subsequentes. Apesar de ainda não ter o ataque duplo de guitarra, aqui o guitarrista Eric Bell arrebenta e faz alguns dos solos mais interessantes que já ouvi como em The Rocker e The Hero and the Madman.

Toque bem alto!

      

Nenhum comentário:

Postar um comentário