segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Carnaval Curitiba 2013 - Samba X Rock

Deprimente. Triste. Ridículo. Melancólico. Lamentável. Piada. Grostesco. Piada sem graça. Piada de mau gosto. Você escolhe o adjetivo que melhor define o carnaval curitibano. Pode escolher apenas um ou então usar 2 ou mais em sua combinação. Você que sabe.

Ontem, conversando com meu irmão, esse me contou que havia, por uma dessas peças que o destino nos prega de vez em quando, sem querer, enquanto mudava de canal na TV, se deparado com a transmissão ao vivo pela TVE (Educativa) do desfile das escolas de samba de Curitiba.

Eu estava seriamente inclinado a não perder nem mais um segundo do meu tempo com um assunto tão enfadonho como o carnaval, mas depois dessa conversa reconsiderei.

Segundo o relato de meu irmão e uma rápida pesquisa na internet por conta própria, pude constatar a veracidade de suas informações. A transmissão do "desfile", teve narração e comentários durante toda sua duração. É inimaginável. Segundo li, o "grupo especial" de escolas é composto por 4! agremiações. Desde 2007 a organização é feita pela Fundação Cultural de Curitiba e não mais pela liga das escolas que desistiu da tarefa. Se a prefeitura tivesse um pouco de vergonha na cara cancelava já para o ano que vem essa palhaçada e dava uma folga ao bolso do contribuinte.

Outra informação interessente sobre o assunto é o fato de que esse ano o evento foi acompanhado por cerca de 2 mil pessoas. Isso mesmo 2.000 pessoas. Isto quer dizer 0,01% do total da população. Veja quanto interesse nosso carnaval de rua provoca nas pessoas. Aposto que uns 90% dessas 2.000 eram  parentes e amigos de quem desfilava.

Mas não para por aí não. Tamanho acontecimento também atrai uma quantidade significativa de turistas. Nesse ano sei que vários "turistas" da região metropolitana prestigiaram o evento, sendo que alguns, mais ilustres, foram inclusive entrevistados. É difícil fazer uma estimativa correta, tal é o apelo de um evento como esse, mas certamente haviam turistas de todas as partes como Pinhais, São José, Colombo, Fazenda Rio Grande e até mesmo Campo Magro. Um sucesso!

Por outro lado, um outro evento carnavalesco muito mais interessante para quem, assim como eu, gosta tanto de carnaval como de tomar injeção, é o Psycho Carnival. Para quem não sabe, o Psycho Carnival é um evento musical da cena psychobilly, que pode ser descrito como uma mistura de gêneros de rock, mais notadamente o punk do final dos 70 com o rockabilly dos 50.

Uma das coisas mais legais em relação ao festival são alguns eventos paralelos que são parte integrante do Psycho, como exposição de design, bazar de cultura custom e uma zombie walk (o pessoal vai literalmente fantasiado de zumbi e, aliás, em números, chegou aos mesmos 2.000 do "desfile" oficial).

Mas o mais legal não é nem isso. O festival, que em 2013 completa 14 anos, está apresentando, entre os 07 e 12 desse mês, 30 atrações musicais diferentes e de diversos países como Inglaterra, Suiça, França,  Bélgica e Argentina, contando também, é claro, com bandas nacionais.

Olha só que legal. De um lado um evento decadente e deprimente financiado com dinheiro público e que em uma única noite de apresentações reúne mal e porcamente 2.000 corajosos e de outro, um evento que há 14 anos ininterruptos é organizado e realizado pela iniciativa particular de Vlad Urban. Se apenas no Zombie Walk haviam 2.000 pessoas, quantas mais acompanharam e ainda vão acompanhar todo evento? Qual deles que consegue maior resultado financeiro? Qual que onera menos o bolso do contribuinte? 

Pensem aí e me digam se não é o caso de acabar com esse carnaval ridículo aqui de Curitiba e quem sabe apostar mais em eventos alternativos para quem não gosta mesmo do negócio? Acredito que um número cada vez maior de pessoas desgosta de carnaval. Tem turistas de verdade que vem para cá para literalmente fugir da barulheira e baderna. 

Não volto mais ao assunto carnaval. Quem sabe ano que vem, mas só para falar mal. 

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