quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Discoteca Básica de Rock Volume II Parte II

Continuando a sequência da discoteca básica focada no ano de 1967.

Essa é a 2ª e última parte onde serão abordados exclusivamente discos lançados nesse ano específico. 

Evidentemente que vários trabalhos ficarão de fora, mas em uma lista com apenas 100 discos não há como listar todos.

Os 5 discos finais de 1967 são:



The Velvet Underground – The Velvet Underground and Nico (1967)

Esse é um disco de estreia que causou um grande furor quando foi lançado.

Acho que é um dos discos de rock mais superestimados de todos os tempos. Considerado como arte por alguns exagerados, The Velvet Underground and Nico alterna bons e maus momentos, chegando, as vezes, a ser brilhante. Mas apenas as vezes.

É um disco extremamente pretensioso sem dúvida alguma, e muito mal gravado também. 

A qualidade do áudio é péssima!

Mas é discoteca básica e qualquer coleção que se preze deve ter um exemplar desse.

Os músicos também não são muito bons, com exceção de Lou Reed, que é um pouco melhor. A baterista Maureen Tucker é de chorar de ruim. 

Em compensação, as composições da dupla Lou Reed e John Cale são muito boas, e as canções com a participação da modelo/cantora alemã Nico, com sua voz rouca e sotaque carregado, são os pontos altos do disco. Outro, é a capa emblemática que foi feita pelo ilustrador e guru da banda Andy Warhol.

Tem que ter.

Músicas-chave: Femme Fatale, Venus in Furs, All Tomorrows Parties e Heroin.



Jefferson Airplane – Surrealistic Pillow (1967)

Grande banda psicodélica californiana de São Francisco que tinha como influencia muito forte o carismático Jerry Garcia do Grateful Dead, que era uma espécie de guia espiritual e musical, atuando as vezes como guitarrista também.

Um detalhe interessante sobre o Jefferson Airplane é que ele contava com um vocal duplo, alternando entre as músicas, formado por Martin Balin e a extraordinária vocalista Grace Slick.

O Jefferson Airplane participou também dos maiores festivais dos anos 60, como Monterrey e Woodstock, sem contar no trágico Festival de Altamont. 

Esse é o segundo e mais conhecido disco do grupo, onde são encontrados seus maiores clássicos, chegando a alcançar o top 5 nos charts de música pop da época.

Lembro ter comprado o meu na antiga 801 Discos, aqui de Curitiba, dos saudosos Horácio e Pedro. Fui em busca de uma música específica (Today) do Jefferson Airplane, e imediatamente o Horácio me sacou o Surreallistic Pillow. 

Depois, ouvindo o disco com calma, descobri outras grandes músicas dessa grande banda.

Obrigatório!

Músicas-chave: Somebody to Love, Today, Comin’ Back to Me e White Rabbit. 



Love – Forever Changes (1967)

Outra grande banda californiana, só que de Los Angeles, porém bem menos conhecida que o Jefferson Airplane, o Love também transitava na cena psicodélica da época, misturando com o rock psicodélico, uma pitada de folk.

Liderado pelo vocalista/compositor Arthur Lee, um dos mais enigmáticos talentos dos anos 60, o Love é uma das primeiras influências do The Doors (outra banda californiana de Los Angeles).
Forever Changes é o terceiro e melhor, em minha opinião, disco dos caras. Suas músicas mais conhecidas também são desse disco.

Suas músicas, embora tenham uma sonoridade que remete umas as outras, tem bastante variação, inclusive com a introdução de faixas de metais.

Apesar de ser tanto um disco, como uma banda pouco conhecida, principalmente do público brasileiro, é discoteca básica obrigatória, com certeza.

Músicas-chave: Alone Again Or, A House is not a Motel, Old Man e The Red Telephone.



The Moody Blues – Days of Future Passed (1967)

Esse foi o álbum, propriamente dito, de estreia dessa grande banda de Rock Progressivo.

Os poetas do rock, como são as vezes chamados, lançaram um disco extremamente ambicioso, ainda mais em se tratando de uma estreia, sendo boa parte dele orquestrado com a presença da London Festival Orchestra.

Como todo bom disco de progressivo, esse apresenta várias alternativas e variações sonoras e de arranjos, que vão se apresentando com o decorrer das músicas.

É um disco que não é de muito fácil audição ao ouvinte não iniciado, mas que com o passar do tempo vai se mostrando muito prazeroso.

Músicas-chave: Tuesday Afternoon e Nights in White Satin 



Pink Floyd – The Piper at the Gates of Dawn (1967) 

Um dos discos de estreia mais estrondosos, e que também seria o de maior impacto em 1967, se não fosse o lançamento alguns meses antes, do Sargent Pepper’s Lonelly Hearts Club Band, dos Beatles.

Diz a lenda que inclusive ambos os discos foram gravados no mesmo estúdio, quase na mesma época e que os músicos de ambas as bandas trocaram muita informação e experiências durante esse período.

Esse é o primeiro e único álbum do Pink Floyd composto quase que inteiramente por Syd Barret  - o título foi tirado do livro infantil favorito dele -, que a partir do segundo trabalho do grupo (A Saucerful of Secrets – 1968) foi afastado por seu consumo excessivo de drogas, que estava destruindo a si mesmo e ao Pink Floyd como um todo.

Esse é um disco que retrata muito bem a cena psicodélica da época, alternando faixas instrumentais e cantadas.

Muitos críticos e fãs radicais ficam sustentando que esse trabalho contém a essência da banda, a qual teria se perdido a partir de então. Não dê bola para eles, pois não passam de uns chatos e viúvas de Barret.

Disco de difícil audição. Para iniciados.

Músicas-chave: Astronomy Domine, Lucifer Sam, Interstellar Overdrive e Bike.

Encerro assim, nossa jornada pelo ano de 67, o ano da virada do Rock. Outras postagens podem até incluir algum disco desse ano, mas será apenas coincidência.


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