segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Discoteca Básica de Rock Vol. I



Pode parecer totalmente despretensioso, mas esse post é extremamente ambicioso.

“Mas por quê?” alguém pode me perguntar. Então esclareço.

Estou me propondo aqui, nesse exato momento a fazer uma resenha de 100 discos de Rock.

Não são os melhores, os maiores nem os mais vendidos (alguns até são, mas não todos). Mas são discos essenciais para qualquer um que realmente goste de Rock ou esteja querendo gostar. Acredito que sejam obras obrigatórias que qualquer fã do gênero deve ter, ou pelo menos conhecer.

Claro que muitos discordariam, diriam que faltou esse ou aquele e me questionariam algumas ausências que certamente ocorrerão. 

Como um post com 100 discos ficaria imenso e totalmente inviável, resolvi dividi-lo em capítulos, ou volumes. 

E para não encher muito o saco dos outros vou fazer posts curtos comentando 5 discos por vez, totalizando 20 posts. 

Vamos ver o que vai dar e se alguém vai aguentar seguir. Aos que conseguirem meus parabéns, esse post foi feito com todo carinho para vocês que entendem que o certo não é “escutar música”, mas sim OUVIR música. Quem entende a distinção de conceitos sabe o que quero dizer. 

Tomo a liberdade de começar com 5 discos que além de essenciais, são discos que gosto muito e já ouvi muito também, mas que fazem total justiça ao meu propósito e certamente estariam entre os 100 mais de alguns.

Com vocês... os cinco primeiros:

 The Beatles - Rubber Soul (1965)


Como dizem os americanos “first things first”. 

Resolvi começar do começo, mas nem tanto, já que estou pulando os anos 50. Sim, vamos direto ao que interessa. Se qualquer pessoa viesse a mim e me perguntasse por onde deveria começar no Rock – não estou falando das verdadeiras porcarias e aberrações de hoje em dia, mas para conhecer a fundo mesmo de Rock - eu indicaria o quarteto de Liverpool, sem dúvida nenhuma. 

Não, não sou um beatlemaníaco, e os Beatles não são minha banda favorita, mas vamos falar a verdade: os Beatles foram e continuam sendo a banda mais importante de todos os tempos. Sem exagero, dá para dizer que o Rock não teria chegado até aqui sem eles.

O fato é que os caras fizeram tudo antes de todo mundo. Influenciaram todas as bandas da época mais criativa e rica, musicalmente, do Rock. Se hoje você gosta de alguma bandinha qualquer da atualidade, saiba que ela foi influenciada direta ou indiretamente por eles. Sem discussão.

Muitos iriam questionar a escolha desse disco em particular “Mas por que o Rubber Soul e não o Sgt. Pepper’s que mudou tudo em 1967?”.

Respondo: Ouça o disco com atenção e perceba. É aqui que começa realmente a virada. Aqui é plantada a semente que germinaria no Revolver (considerado pela própria banda como uma extensão natural do Rubber Soul) e que floresceria finalmente em 67 com o Sgt. Pepper’s. 

Se você ainda não está convencido, ouça o disco imediatamente anterior a esse, o Help. A sonoridade do Rubber Soul é completamente diferente, mais amadurecida, mais refinada, mais elaborada, menos inocente.

Músicas-chave: Norwegian Wood, Nowhere Man, You Won't See Me e In My Life.


 Pink Floyd - The Dark Side of the Moon (1973)



Sem maiores explicações, apenas saiba que esse é meu disco favorito da minha banda favorita. 

Só isso já seria suficiente para que estivesse aqui, mas não. Serei criterioso. O disco é demais, e conta com uma das capas mais antológicas de todos os tempos, que mesmo não tendo absolutamente nada escrito é imediatamente reconhecida. Além de até hoje ser um dos mais vendidos de todos os tempos (o 2º ou 3º variando com o Back in Black do AC/DC em torno dos 50 milhões) e ter estado por mais de 750 semanas na listagem da Bilboard. Não é pra qualquer um mesmo.

Não vou me alongar muito falando desse disco em especial, pois pretendo fazer um post exclusivamente falando dele e minha relação com ele desde pequeno. Aguardem.

Músicas-chave: Ouça inteiro. Esse não admite quebra.


 The Rolling Stones - Sticky Fingers (1971)


Vou confessar uma coisa: até meus 17 anos eu não gostava dos Stones. Satisfaction para mim era (e ainda é) uma peça chatíssima, apesar de ter um dos riffs mais famosos de todos. Jumping Jack Flash, é um pouco menos ruim e Start me Up é uma das piores músicas que eles já fizeram, apesar da popularidade.

Mas, ouvindo uns velhos discos de vinil na casa de um amigo da época, ouvi uma música das Pedras Rolantes que me faria mudar completamente minha percepção dos caras: Wild Horses. 

Quando a ouvi pela primeira vez, fiquei maravilhado. Descobri que era desse disco chamado Sticky Fingers. Demorei um pouco, mas consegui comprar. Na época só havia o CD importado.

Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o disco inteiro era sensacional. Desses casos raros de um disco perfeito onde todas as músicas são excelentes.

Vão por mim. Pode confiar. Esqueça Start Me Up. Stones de verdade, na sua melhor forma está aqui.

Uma curiosidade: no album original em vinil, na parte da frente da capa, vinha um zíper de verdade que podia ser aberto. Em Cd isso já não era possível, mas foi lançada uma versão importada, que inclusive foi a que eu comprei, que também tinha o dito zíper que abria.

Músicas-chave: Wild Horses, Sway, Can’t You Hear me Knocking, Sister Morphine e Moonlight Mile


 The Who - Who's Next (1971)


Esse é mais um caso daqueles: “mas por que logo esse e não o Tommy?”.

Calma meu amigo, o Tommy também estará presente aqui, só que não agora. Agora é a vez do Who’s Next.

Só pra esclarecer uma coisa. O The Who é uma das melhores bandas de Rock de todos os tempos, sem dúvida nenhuma. E outra, faz um Rock de verdade, sem frescura, sem palhaçada. Os caras pegam e arrebentam e pronto. Inclusive, foram eles (menos o baixista) os primeiros que quebraram todos os instrumentos depois das apresentações (conto a história de como isso começou em outra oportunidade).

Esse disco é muito disso. Sem frescura nenhuma. Só sonzeira. O Tommy é muito mais elaborado. Esse é muito mais cru, mais na cara, por assim dizer. É um discão, sem dúvida alguma. Para apreciadores do verdadeiro Rock’n Roll. 

Lembro-me um fato bem marcante e nostálgico. Estive no Canadá em 1996 e fui visitar um amigo que morava na época em Winnipeg, bem no centro do país. Eu e meu irmão sempre fomos (ele principalmente e desde sempre) muito fãs das Harley-Davidson, e quisemos visitar a loja da Harley em Winnipeg. Pois bem, fomos até lá e qual não foi minha surpresa que no sistema de som da loja estava tocando Behind Blue Eyes, desse mesmo disco. Sensacional. 

Ouça o quanto antes. Ah! e ouça bem alto!

Músicas-chave: Baba O’Riley, Bargain, Behind Blue Eyes e Won’t Get Fooled Again 


Jethro Tull - Aqualung (1971)


Uma das minhas bandas favoritas. Tem uma particularidade interessante. Apenas o vocalista/flautista/compositor Ian Anderson, participou de todas as formações – e não foram poucas – dessa incrível banda. Não precisa me falar do guitarrista Martin Barre, mas ele entrou apenas no 2º disco, portanto não esteve em todas.

Assisti a eles em 2 oportunidades no Teatro Guaíra aqui em Curitiba. A 1ª em 1996 e a 2ª em 2007. A 1ª foi muito melhor  e mais marcante. Mas aconselho de que se eles voltarem aqui, vá de qualquer maneira. Vale a pena.

Falando do Aqualung em si, o que se pode dizer dessa obra-prima? É o disco que tem a música Aqualung, que acredito seja o único Hit dos caras. Mas depois de vencida a expectativa e ouvida Aqualung, você vai perceber que o disco é muito, mas muito mais. É perfeito. Todas as faixas são boas. 

O disco é dividido em 2 temas e 2 partes:

A 1ª chama-se Aqualung (lado A no vinil) e a 2ª chama-se My God (lado B no vinil).

Eu diria que esse é o melhor começo, mais seguro e pouco traumático, para entrar no mundo do Jethro Tull.

Músicas-chave: Aqualung, Cross-Eyed Mary, Locomotive Breath e Wind Up.

Espero que quem conseguiu chegar ao até o fim do post tenha gostado realmente, e que possa fazer tirar algum proveito das dicas.
 


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